Concurso Cultural Deskraussiano
Melissa desce as escadas correndo perseguindo os gritos de Ahak
- AHAK! Onde está você?
Conforme descia os degraus, uma leve chama começava a iluminar o caminho. Seria Ahak, se perguntava. - Ahak seu bastardo, o que voc...
Mal terminou de descer os últimos degraus e Melissa encontra Ahak de pé com uma sobra negra circulando seu corpo. A tocha ainda queimava aos seus pés, mas ao mesmo tempo não parecia haver luz alguma na volta de seu companheiro. Melissa sentiu um frio passar por seu corpo a medida que a sombra desaparecia, Ahak continuava estático, porém o sangue começava a pingar no chão. A vontade de Melissa era de gritar e correr em sua direção, mas seus pés não respondiam.
Ahak, em um último sopro de vida balbuciou. - Levo-o e destrua-o...
- O-o que? Como assim? Ahak? - Respondeu Melissa
Neste momento, Ahak gritou, um grito estrépito como se fossem diversas vozes gritando de dor em uma tortura infinita. O grito durou poucos segundos, apesar de parecer uma eternidade. O silêncio veio na sequência e logo depois o corpo de Ahak se desfez em um pó cinza e escuro, enquanto o seu sangue se desfez em uma nuvem negra.
Melissa então se viu livre, correu em direção aonde Ahak desapareceu, recolheu sua espada e um pequeno pedaço de papel que jazia em cima do que sobrou de Ahak. Enquanto corria para fora da torre, Melissa só tinha uma coisa na cabeça, destruir aquele papel. Porém, assim não o fez.. Anos se passaram e a vontade de destruir jamais superou a vontade de proteger aquele pedaço chamuscado de papel antigo. Guardou em um velho baú e enterrou nos fundos de uma velha casa que agora chamava de lar, esperava nunca mais ter que olhar para o manuscrito, mesmo sabendo que todas as noites o veria em seus pesadelos. Mesmo escondido, ela sabia que a história daquele papel não havia terminado.